Resenha: Dancing Mood em São Paulo

Na última sexta-feira o palco do Bleecker Street, em São Paulo, foi invadido pelo ska-jazz instrumental do Dancing Mood. Pra contar pra vocês como foi esse show, ninguém melhor que um cara que entende bastante de ska instrumental: Victor Fão, trombonista das bandas Ba-Boom e Pinguins Tropicais. As fotos ficaram por conta do Bruno Massao. Pra ver outras fotos desse show, só ir lá no Flickr do Skataplá.

Dancing Mood no Bleecker Street - Por Victor Fão

Existem alguns shows gringos que são

imperdíveis e sabe-se lá quando teremos a chance de ver novamente. Para todo amante da música jamaicana, com certeza, o show do Dancing Mood é um deles.

Era pouco mais de uma da manhã. O palco estava montado , a casa cheia e as primeiras notas começavam a ecoar no Bleecker Street. Catorze músicos lotavam o palco, e muito a vontade, começaram a tocar afinadíssimos. Nesse momento já dava pra ter certeza da diversão que a noite proporcionaria e de que ninguém conseguiria ficar parado. Dançar era inevitável.

Durante toda a noite, a banda misturou temas próprios com releituras de clássicos do jazz e do ska. Entre elas, "Take five" (Dave Brubeck), "Night in Tunisia" (Dizzy Gilespie), "Latin goes Ska" e "Confucious" (Skatalites) e a belissima e bem-humorada versão de "Fantasy" do Earth, Wind& fire (com certeza você se lembra desse som. Compare a versão original com o cover do Dancing Mood).

O clima da festa só esquentava a cada solo ou momento de improviso, que diga-se de passagem, eram riquissímos harmonicamente e tecnicamente. A galera ia ao delírio e cantava junto os arranjos de sopro dos temas mais conhecidos.

Após quase 2 horas, o show foi chegando ao fim, com Hugo Lobo (trompetista e porta-voz da banda) convocando todos a fazerem o famoso trenzinho, que passeou pela pista do Bleecker, deixando todos com um pique pra muito mais.

O Dancing mood representou muito bem em São Paulo, e mostrou porque a Argentina é uma das grandes potências do ska e da música jamaicana no mundo. A banda deixou todos boquiabertos com a qualidade técnica e o "feeling" dos músicos, ao fazer um show completíssimo e perfeito do início ao fim.